Macacos me mordam!
Por Ricardo Guimarães de Almeida
Já
há algum tempo estamos acompanhando o aparecimento das doenças
sazonais, vemos todo ano uma peste nova ou repetida que atormenta
nossa harmonia social, tivemos milhares de vítimas de dengue, zika e
chicungunha, apesar do descaso das autoridades, estas doenças
tiveram a incidência reduzidas e não atormentam mais a população
como outrora, mas não dá pra ficar sem nada no lugar e ai então
está lançada a novidade desse verão, a bola da vez é a febre
amarela, uma peste antiga que ressurge em meio rural e urbano e mais
uma vez coloca em risco nossa desprezível existência
individualista.
Em
todo noticiário o que vemos são as filas quilométricas em postos
de saúde, campanha de vacinação de emergência, pessoas sendo
internadas e morrendo com a suspeita de tal vírus, desespero pela
vacina que leva pessoas buscarem a qualquer custo sua proteção
contra esse mal que supostamente nos ameaça gravemente, e não
estamos sozinhos nessa, macacos também estão morrendo em virtude da
febre, muitos infectados e outros tantos pela ignorância humana,
alguns ignóbeis alienados acreditam estarem se protegendo matando
esses animais que são hospedeiros do vírus silvestre tal como os
humanos.
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Mais
uma vez o maior vilão é o Aedes
aegypti, velho conhecido nosso, que além
da febre transmite um zikão de doenças, e mesmo assim, não temos
políticas públicas que visem controlar esse vetor, vemos nas redes
sociais campanhas de alguns de nossos vereadores que fazem vídeos e
fotos tomando vacina, politicagem baixa e nojenta, estão mais para
auto propaganda do que para as necessidades da população, não
temos o trabalho efetivo, nenhuma força tarefa pra controlar o
mosquito, vemos a população desses mosquitos aumentar, tomar as
cidades, é possível encontrá-los em quase todo lugar, mas o poder
público se omite onde é necessário e exibe fotos tomando vacina
querendo ser exemplo, dizendo que não podem ter privilégios. Ver
notáveis privilegiados usarem de momentos de pânico da população
pra fazer política pregando igualdade é de injuriar qualquer
cidadão que sabe o que é uma vida sem privilégios.
O
poder público tem sua parcela de culpa, mas temos mais culpados que
inocente ao nosso redor, as pessoas com suas limitações para
compreender o óbvio contribuem para o status quo de forma
determinante, existe uma cultura urbanóide de total aversão a
diversos tipos de animais, é preciso perceber que as pessoas não
matam só macacos, mas também tem o hábito de eliminar diversos
animais. Nossos pares que vivem nas belas e populosas cidades de
pedra e cimento tem o hábito de matar sapos, pererecas, rãs,
aranhas, lagartixas, entre outros, por algum tipo de fobia de causa
inexplicável, uma vez que a maioria desse animais não apresentam
nenhum risco aos humanos, faltando muitas vezes, o entendimento
básico do que é uma cadeia alimentar, onde esses animais aparecem
como predadores dos mosquitos, matando animais que estão do nosso
lado na luta contra o mosquito, provocam o desequilíbrio e o aumento
da população de insetos.
Enquanto
o pânico se espalha entre a base, o capital sorri, os repelentes não
param nas estantes das farmácias e os preços dispararam, as vacinas
estão esgotadas nas clínicas particulares onde custam entre 150 e
300 reais, imagina quanto está sendo pago pelas mais de 1,7 milhão
de vacinas aplicadas só no estado do Rio, certamente além dos
desvios de verbas, essas vendas movimentam bilhões e um teste ainda
leva 10 dias pra diagnosticar a doença. As informações oficiais
não chegam, as secretarias de saúde não se manifestam de forma
clara, com dados reais e ações locais, as pessoas acreditam no que
ouvem em meio a tanta informação, continuam suas vidas em meio a
alienação, em busca de soluções rápidas para questões
complexas, onde algum consumo será a opção mais fácil pra dormir
tranquilo enquanto mais um homem enriquece e incontáveis animais
padecem.
ONG
COROPÓS
Referências pesquisadas:
http://hojeemdia.com.br/horizontes/vacina-da-febre-amarela-acaba-na-rede-particular-de-belo-horizonte-1.590135_Vacina da febre amarela acaba na rede particular de Belo Horizonte
*Imagens representativas pesquisadas na internet
É isso mesmo! Alguém lucra na desgraça. Dedo na ferida galera.
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